domingo, 1 de novembro de 2015

Porco do mato - Caititu



Nome popular: Cateto, caititu
Nome Científico: Tayassu tajacu
Família: Tayassuiade
Onde vive: Florestas e cerrados
Quanto vive: Até 25 anos
Quanto pesa: 30 Kilos
O que come: Folhas, raízes, milho
Filhotes: um a quatro, 150 dias de gestação




O cateto é chamado de porco-do-mato brasileiro, mas não é da família do porco, porque só tem três dedos nas patas de trás. Animal simpático, que às vezes no interior é criado dentro de casa, é bem menor que o porco, cinzento, mas com um colar de pêlos brancos em volta do pescoço, o que serve para não confundi-lo com a queixada, que pertence a outra espécie., A família do cateto é unida e normalmente vive em bandos de até 50 animais, com uma distribuição muito ampla, pois pode ser encontrado do sul dos EUA até o Brasil. Machos, fêmeas e filhotes estão sempre juntos e o cateto também é unido na briga, avança contra os outros animais que invadem o território que considera seu. Para brigar, todos os catetos avançam em conjunto fazendo um barulhão e demonstram tanta ferocidade que muito caçador já teve de dormir em cima de uma árvore, com medo dos catetos que ficavam embaixo querendo atacar. A sorte de quem enfrenta esse animal é que ele é totalmente incapaz de trepar em árvores, mesmo um tronco caído é um obstáculo intransponível para o bicho. Para marcar seu território, o cateto usa uma glândula que tem nas costas, onde sai uma gordura com cheiro forte que ele esfrega nas árvores, deixando esse sinal de cheiro, para que ninguém invada seu território


Etimologia

"Caititu", "caitatu", "taititu", "cateto" e "tateto" são provenientes do termo tupi kaiti'tu.
Taxonomia e evolução

O caititu foi descrito por Linnaeus, em 1758, inicialmente no gênero Sus. Já foi incluído no gênero Tayassu e Dicotyles, mas estudos genéticos não consideram apropriado que o caititu seja incluído no gênero Tayassu, junto com o queixada (Tayassu pecari). O gênero Pecari, foi descrito em 1835, por Ludwig Reichenbach.

Tradicionalmente, também foram descritas 14 subespécies, baseando-se em dados morfológicos, entretanto, atuais estudos genéticos não corroboram isso, sugerindo a existência de apenas dois clados, um ocorrendo na América Central e América do Norte, e outro na América do Sul:
P. t. tajacu Linnaeus,1758 - da bacia Amazônica à Argentina.
P. t. angulatus Cope, 1889 - do sul dos Estados Unidos até o nordeste do México.
P. t. bangsi Goldman, 1917 - do centro do Panamá até o noroeste da Colômbia.
P. t. crassus Merriam, 1901 - centro-leste do México.
P. t. crusnigrum Bangs, 1902 - Nicarágua até o oeste do Panamá.
P. t. humeralis Merriam, 1901 - centro-oeste do México.
P. t. nanus Merriam, 1901 - sudeste do México.
P. t. nelsoni Goldman, 1926 - do sul do México até Belize e centro da Guatemala.
P. t. niger Allen, 1913 - sudoeste da Colômbia e oeste do Equador.
P. t. nigrescens Goldman, 1926 - sul da Guatemala, Honduras e El Salvador.
P. t. patira Kerr, 1792 - norte da América do Sul (incluindo Trinidad & Tobago).
P. t. sonoriensis Mearns, 1897 - do sudoeste dos Estados Unidos até o oeste do México.
P. t. torvus Bangs, 1898 - noroeste da América do Sul.
P. t. yucatanensis Merriam, 1901 - do sudeste do México até o norte da Guatemala.
Descrição

O caititu é chamado de porco-do-mato devido à sua aparente semelhança com os javalis (Sus scrofa). Entretanto, várias características anatômicas o tornam diferente, tais como: a presença de uma glândula odorífera na região dorsal e de uma cauda vestigial de 15 a 55 mm; o osso da perna fundido ao do pé, que resulta em três dígitos na pata posterior, o fígado reduzido, a ausência de vesícula biliar e a presença de um estômago compartimentalizado em estômago glandular, bolsa gástrica e dois sacos cegos (o saco cego cranioventral e saco cego caudodorsal). A presença desse tipo de estômago permite que os caititus se alimentem de itens diversos, incluindo alimentos fibrosos, sobras de legumes, frutos e pequenos vertebrados.

Dentre as três espécies de pecaris existentes, os caititus são os de menor porte. Quando adultos, medem de 75 a 100 cm de comprimento e aproximadamente 45 cm de altura. O peso varia de 14 a 30 kg. A espécie apresenta uma cauda vestigial e um focinho alongado com disco móvel terminal, patas curtas e delgadas e pés pequenos proporcionalmente ao resto do corpo. As patas dianteiras possuem quatro dígitos, sendo dois destes funcionais e as traseiras possuem um dos dígitos não funcional. A espécie possui 38 dentes, sendo os caninos superiores os que mais se destacam. Diferentemente dos porcos verdadeiros, seus caninos são relativamente pequenos e com o crescimento reto e para baixo. Possuem o comportamento de bater os dentes como mecanismo de defesa quando se sentem ameaçados.

A pelagem é longa e áspera, geralmente de tonalidade cinza mesclada de preto, com uma faixa de pelos brancos ao redor do pescoço que dá o aspecto de um colar. Na região dorsal possuem uma crina de pelos mais longos e escuros, que eriçam em situações de estresse ou quando demonstram comportamentos de ameaça. Não existe dimorfismo sexual nessa espécie. No entanto, é possível visualizar o escroto dos machos a curtas distâncias. A glândula dorsal se localiza de 15 a 20 cm na região anterior a base da cauda e tem como função a marcação territorial e social.
Hábitos

Em condições naturais, os hábitos alimentares dos caititus são determinados de acordo com a disponibilidade de alimento. Nas regiões áridas dos Estados Unidos, alimentam-se basicamente de plantas suculentas do gênero Opuntia, já na caatinga brasileira, um amplo bioma xerófito, sua alimentação se compõe de raízes, tubérculos e sementes, visto que a disponibilidade de frutos e folhas depende de um regime de chuvas que pode não existir durante os períodos de secas severas nessa região. Nas florestas tropicais são essencialmente frugívoros, sua alimentação principal são frutos, folhas, raízes e tubérculos, mas podem, eventualmente, consumir larvas, insetos, anfíbios, répteis, entre outros, como fonte de proteína.
Habitat

Atualmente, os pecaris distribuem-se desde o sul dos Estados Unidos, passando por toda América Central e América do Sul a leste dos Andes, até o norte da Argentina.

Esses animais habitam uma grande variedade de ambientes, como áreas desérticas e campos abertos do Arizona e Texas, nos Estados Unidos; florestas tropicais e semitropicais, no Brasil e o chaco paraguaio. Apesar dessa ampla distribuição, os caititus não habitam áreas de altitudes elevadas.

A unidade social dos caititus varia consideravelmente em tamanho, mas eles tendem a formar na natureza grupos sociais coesos e estáveis, de 5 a 15 indivíduos de diferentes faixas etárias, com um ou mais machos e várias fêmeas adultas. Existe a hipótese de que os caititus foram selecionados para viver em grupos, como uma estratégia para defesa conjunta contra os predadores, já que são presas de grandes carnívoros como os jaguares e coiotes na América do Norte e de onças-pintadas, pardas e, ocasionalmente, de jacarés no Brasil. Em determinadas épocas do ano, ocorre a formação de grandes agrupamentos com mais de 50 animais, pela fusão de dois ou mais grupos. É possível que esses agrupamentos aconteçam como uma resposta dos pecaris às condições de forramento ou aos maiores riscos de pedação.

SOWLS (1984) registrou que os grupos de caititus vivem em áreas de vida, de 50 a 800 ha nos EUA e, em regiões tropicais, a área varia de 143 a 685 ha. Dentro dos limites de área de vida, os indivíduos do bando, caminham, alimentam-se e descansam, juntos. Os grupos defendem ativamente o território, que consiste de uma zona central, que é usada exclusivamente pelos membros do bando, e as áreas de borda, que são usadas por membros de grupos adjacentes. Não existem interações entre os bandos, mas, ocasionalmente, alguns indivíduos podem mudar de bando e não retornar ao seu grupo original.

A glândula de cheiro presente nesses animais produz uma substância oleaginosa de forte odor, que é utilizada em contextos sociais e não-sociais, como, por exemplo, quando é esfregada em árvores e outros objetos para a marcação territorial. Os grupos de caititus se mantêm coesos através dessas marcações nos indivíduos, pois têm pouca orientação visual, mas o olfato bastante desenvolvido. Através dos comportamentos de esfregamento, recíproco e não-recíproco, os animais esfregam suas glândulas de cheiro uns nos outros, possibilitando aos indivíduos reconhecerem a identidade dos membros do grupo, mantendo, dessa forma, a integridade do bando.

fontes: http://www.porcodomato.com.br/Porcos%20do%20Mato_Frame.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caititu